9 Técnicas de procura de trabalho em tempos de recessão

Não há forma de sermos mais brandos neste tópico, estamos a entrar numa recessão que veio para ficar. Vimos os primeiros efeitos desta nova pandemia afectar o sistema financeiro da China e tal como o vírus, os efeitos estão para ficar e alastraram-se por todo o mundo.

A escassez de empregos vai levar a que haja cada vez mais competição, tendo em conta o aumento do número de pessoas qualificadas que foram despedidas ou acabaram de sair das universidades, e vão começar a inundar o mercado de trabalho. E se a internet veio ajudar na procura de emprego, também não ajuda na altura de te destacares no meio de muitos.

O ponto essencial que temos que perceber é que, a partir de agora, a procura de trabalho vai mudar. Os currículos precisam mesmo de ser personalizados para cada empresa, a carta de motivação tem que ser ainda melhor, vai ser mais difícil conseguir uma entrevista e os salários vão certamente ser mais baixos do que esperamos. A maré está a favor dos empregadores e nós temos que nos adaptar a essa realidade.

Mas sem desespero, já ultrapassámos uma recessão em 2008 e vamos conseguir ultrapassar esta que aí vem. Basta que, para isso, estejamos preparados e focados. Tenta seguir estas técnicas para te preparares.

1. Muda a forma como procuras trabalho

Já se começava a falar há algum tempo numa mudança na forma como procurar trabalho. O típico, procurar na internet e enviar 20 CVs todos iguais, para as primeiras 20 ofertas que emprego que se encontra, já não é a melhor prática há algum tempo. E nós aqui também já falamos um pouco sobre isso.

Durante uma recessão, esta técnica que funciona bem em tempos normais já não vai funcionar. Mas porquê? Mesmo que pareça que estás a ser produtivo, porque estás a enviar muitos CVs por dia, esta técnica não te faz destacar e se não te destacas, ninguém te vai ver. Quando agora os empregadores têm um volume considerável de candidaturas para avaliar, enviares um currículo sem vida, é estares a posicionar-te como “mais um”. O objectivo é mostrar nesta primeira abordagem, o teu valor e como podes ser uma mais-valia para a empresa.

2. Não ceder ao medo, foca-te em ti e faz planos

Um dos grandes problemas que podes sentir nesta altura é ansiedade. É normal, afinal de contas ficaste desempregado, o mundo está a passar por uma pandemia que nunca viveste e a economia está a reflectir esta situação. Mas qual é o principal problema, se te deixares envolver demasiado com a ansiedade? Falta de foco. A preocupação passa a ser arranjar uma nova fonte de rendimento, este sentimento não permite abrandar para criar um plano a longo prazo.

O medo é o principal factor nesta equação, e não te preocupes não és o único, mas também não deves deixar que se apodere de ti. Se não tens algum dinheiro de lado, pára um pouco e avalia as tuas finanças e as tuas despesas, mesmo que tenhas que fazer tabelas num Excel para perceber melhor os teus gastos e onde reduzir, se for possível. Elabora planos estratégicos que tenham em conta a tua experiência, as tuas competências e talentos especiais. O objectivo é traçar um plano realístico para ti, com objectivos de carreira profissional que consigas alcançar, e mantém-te nesse caminho.

3. Foca na empresa, não na oferta de emprego

Ora mais que nunca, um empregador quer saber se estás realmente interessado naquela empresa. É importante saber o tipo de empresa para quem queres trabalhar e as qualificações que possuis; nunca é demais avisar que, enviar CVs para ofertas para os quais não tens nenhuma qualificação, só te vai fazer perder tempo a ti e aos recrutadores.

Elabora uma lista com todas as tuas competências, as empresas com quem gostavas de trabalhar e os empregos para os quais tens qualificações. Com esta lista feita, começa a procurar as ofertas de trabalho que estão disponíveis, procura saber tudo sobre a empresa, faz um CV adequado e faz de tudo para que haja comunicação com o recrutador para que possas mostrar como és a melhor opção para eles.

4. Foco nas indústrias que estão a crescer

As tuas probabilidades de encontrar um bom emprego e conseguir mantê-lo vão aumentar se conseguires entrar para uma empresa que está em expansão. Mesmo que isso pareça difícil agora, existem algumas áreas vão continuar a crescer.

Alguns exemplos:

• Informática (design, ciber segurança, programadores)
• Energia (engenharia ambiental)
• Negócios (e-commerce, marketplaces, gestão de clientes, consultoria, logística, administrativo)
• Saúde (médicos, enfermeiros, técnicos para lares)

Assim que identificares as industrias/comércios/serviços que se enquadrem no que tens para oferecer, procura empresas na tua área de residência, ou para onde te podes mudar. Toma uma decisão realística, se passaste os últimos anos a trabalhar na construção civil pode ser complicado mudar para a área a da saúde; mesmo que seja uma das áreas que está em crescimento.

5. Temos que nos focar no dinheiro

Durante estes tempos mais complicados, o foco das empresas vai ser sempre os ganhos da empresa. Temos que ter noção que o dinheiro é que permite ter a empresa a trabalhar, sem isto não conseguem manter-se a laborar. Mesmo que não te estejas a candidatar a uma posição de comercial, toda a experiência que possas ter neste sentido vai ser boa. Realça a forma como conseguiste trazer mais clientes para os teus antigos empregos, ou até como fizeste com que se ganhasse mais dinheiro com determinado projecto.

6. Usa e abusa do teu currículo – da melhor forma

Há uma forma certa e errada de usar o teu currículo. Como deves imaginar, a forma certa vai ajudar-te a ter uma entrevista e dares-te a conhecer. A forma errada vai levar a que o teu currículo seja enviado directamente para o lixo, e assim perdes uma oportunidade de emprego. O teu trabalho agora é produzir um óptimo CV, o objectivo é atrair atenção e despertar o interesse em ti, para que possam saber mais sobre as tuas competências e qualificações.

Coloca de lado o típico currículo, o que dá para a empresa X, não vai dar para a empresa Y. Sim, vais ter que ter vários tipos de currículo e todos feitos a pensar numa determinada oferta de emprego e na respectiva empresa. Em tempos de recessão isto é particularmente importante, e deve ser orientado para os resultados que conseguiste alcançar nos empregos anteriores.
O teu CV deve servir para mostrar como és um bom trabalhador, e não para ser um impulso ao teu ego.

7. Aposta no marketing da tua pessoa

O objectivo de todos os recrutadores é encontrar o candidato perfeito para a empresa. Um candidato que consegue arranjar um emprego de forma fácil, em tempos difíceis – seja pela estratégia ou por sorte – é aquele que aparenta ser o candidato “ideal”. E o candidato ideal vai ser aquele que se apresenta mais confiante, que mostra paixão pelo emprego, pela empresa e pela indústria/comércio/serviço. Confiança e paixão são os elementos chave para todos os recrutadores.

Quais são as melhores formas de chegar a uma entrevista e dar o teu melhor? Prepara-te me casa, escreve um hipotética entrevista e ensaia, pensa em todos os teus pontos fracos e fortes e trabalha nisso. Um candidato preparado, está sempre menos nervoso e isso vai transmitir confiança.

8. Faz planos a longo prazo

Não deixes de procurar até 30 dias após teres começado a trabalhar no novo emprego. Muitas empresas podem estar com alguns atrasos a processar os CVs, e podes deixar escapar uma óptima oferta se te acomodares ao primeiro emprego em que entras. Ou até pelo período experimental, muitas empresas nestas alturas de recessão acabam por cessar contratos ainda no período experimental, por isso é que não é má ideia verificar o que há e as possibilidades viáveis para ti.

9. Mantém-te positivo

Mas o mais importante é não desmoralizar, porque o aspecto mais importante quando estás à procura de trabalho é manter um pensamento positivo. Esta altura é muito complicada, primeiro veio a pandemia e agora vem uma recessão, tudo isto pode comprometer a tua saúde mental, mas se começares hoje a trabalhar nestas dicas, certamente que te vai animar.