Por Ofertas de Emprego em Aconselhamento 30-04-2020
Pois, esta é a pergunta que todos receamos, os nossos defeitos. Claro que o que menos desejamos é dizer a alguém, muito menos a um potencial empregador, aquilo em que somos “menos bons”.
Sendo o pior momento da entrevista e também aquela pergunta que vai seguramente ser feita em todas as entrevistas, como é que falamos com alguém sobre aquilo que não fazemos bem? Porque dizer que não temos defeitos é impensável, afinal de contas somos humanos e não somos bons em tudo. Até os computadores têm falhas.
Então o mais correto neste caso pensar como dar a volta à questão. É possível falar dos nossos defeitos sem ser uma conversa completamente destrutiva?
Sim é possível!
Neste artigo vamos mostrar-te algumas formas, com exemplos para conseguires falar sobre os teus defeitos da melhor maneira possível.
Porque é que fazem esta pergunta?
Quando um recrutador te faz esta pergunta quer saber se és o melhor candidato para aquela vaga. O objectivo é perceber, mesmo quando não há qualificações académicas ou mais específicas, se és capaz de aprender novas formas de trabalhar ou se és capaz de te adaptar a novos ambientes.
Temos que começar por ter uma atitude positiva em relação à pergunta, se é uma oportunidade de mostrar o nosso potencial então vamos ter que a agarrar.
Falar de competências que não sejam essenciais para o emprego ao qual estás a concorrer. Isto significa que tens que estudar bem o que a empresa pretende para aquela posição.
“Os números nunca foram muito o meu forte. Felizmente, como copywritter posso focar-me no processo criativo da escrita. No entanto, desde há uns anos para cá tenho-me familiarizado mais com as ferramentas digitais como o Analytics, que uso para os vários sites para onde escrevo, e apercebi-me que quando damos contexto aos números ajuda bastante.”
Estás a falar de um defeito não essencial para o trabalho mas ao mesmo tempo mostras que tens capacidade de adaptação.
Outra opção é mostrar que a tua capacidade de aprender e melhorar as tuas competências, podem ser transferíveis ou técnicas. Isto mostra que és uma pessoa com vontade de ser melhor profissional.
“ Tenho alguma dificuldade com a organização. Apesar disso nunca ter afectado o meu desempenho, tenho vindo a notar que a desarrumação na minha secretária pode interferir na minha eficiência. Com o tempo tenho vindo a trabalhar nisso, e todos os dias dedico uns minutos a organizar o meu espaço de trabalho e o meu computador. Ao fim de uma semana vi que conseguia despachar mais rapidamente alguns trabalhos”
Este tipo de resposta funciona, não só porque é um defeito com o qual é fácil os outros se relacionarem como, simultaneamente, é um defeito fácil de resolver. Pontos fortes: indicas que a desorganização não interfere com o teu trabalho, mas reconheces que podes não ser tão eficiente, e que é graças aos minutos que despendes a organizar tudo, que consegues dar o teu 100%, uma competência que adquiriste de forma a melhorar como profissional, sugerindo um nível de maturidade e autoconhecimento elevados.
“Um dos meus grandes defeitos é que não me consigo manter focada por muito tempo, nunca fui muito de “marrar”. Sempre preferi o fazer ao ler. Já desde o tempo da escola tive que começar a desenvolver técnicas de gestão de tempo para conseguir tirar boas notas. Ficava 30 minutos focado nos estudos e depois ia fazer alguma outra coisa. Este tipo de sistema ajudou-me a criar hábitos de gestão de tempo e ajuda-me a focar melhor nas tarefas. Consegui tirar sempre boas notas graças a este sistema e agora no trabalho consigo ser mais eficiente.”
Primeiro porque não se está a esconder este defeito. Percebemos como é que esse defeito se manifesta e quais as competências (pontos fortes) que desenvolvemos, desde novos, para conseguir combater isso.
“Falar em público deixa-me um bocado nervoso. Enquanto web designer não tenho que falar para grandes audiências, percebo que é uma competência importante para conseguir falar durante uma reunião. Para combater isso, no meu antigo emprego, pedi à minha superior para ter uns minutos para falar sempre que tivéssemos reuniões. Tenho vindo a praticar e tem-me ajudado a relaxar e perceber que falar para várias pessoas vai-me ajudar a mim e à minha equipa.”
Apesar de não ser uma competência que é necessária para o trabalho mostras que é uma mais-valia na qual estás a apostar e a melhorar. Mostra que és ambicioso e queres desempenhar um papel mais ativo do que o teu trabalho pressupõe, o que é admirável.
“Costumava esperar até ao último minuto para planear a minha semana e marcar as coisas na agenda, mas apercebi-me que começar a agendar o trabalho e reuniões com alguma antecedência é muito melhor. Agora sou muito mais proactivo a agendar o meu calendário, isto permite-me trabalhar de forma mais organizada sem ter que estar a adivinhar quando é que vou ter que deixar um trabalho para ir a uma reunião.”
Estás a mostrar que consegues fazer uma boa gestão do teu tempo, que te permite trabalhar de forma mais eficaz.
Prepara as tuas respostas: já sabes que esta pergunta é da praxe, vai acontecer em 90% das entrevistas, por isso prepara uma boa resposta e treina.
Vamos ser sinceros, é uma pergunta que mexe com o nosso intimo, mas é a forma como olhamos para ela que nos vai ajudar a sair dessa situação muito bem ou completamente mal. Por isso, olha para as teus defeitos como algo a trabalhar e como é que conseguiste dar a volta a isso, tem calma e responde de forma positiva enaltecendo sempre a forma como consegues evitar que isso seja um travão ao teu desempenho como profissional. Se seguires estas dicas, vais sair-te muito bem na próxima vez que te perguntarem: “então e diga-me quais são os seus principais defeitos?”