Desemprego de longa duração – Consequências e desafios

desespero por ficar desempregado

Por Ofertas de Emprego em Desemprego 04-12-2020


Não há forma de ser subtil com este assunto, o desemprego está a crescer e com ele o desemprego de longa duração. Os negócios estão cada vez mais a sofrer com esta pandemia, milhões estão a ficar sem desempregados e o verdadeiro impacto na economia global ainda é um desconhecido.

À data, Portugal tem 7,8% da população (404,1 milhares) em situação de desemprego e há previsões que possamos chegar aos 8,1% no final de 2020. Isto significa que muitas das pessoas que já se encontravam em situação de desemprego, tenham uma probabilidade maior de continuar nesta situação.

O que é o desemprego de longa duração

Em Portugal o desemprego é tido em conta consoante a sua duração. Define-se que alguém é desempregado de longa duração, como todos os que estão inscritos no Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) há mais de 12 meses.

Quem são os mais afectados

O desemprego está a afectar algumas atividades mais do que outras, no entanto quando falamos de não ter emprego durante um longo período de tempo, o Pordata consegue dar-nos uma ideia mais precisa dos grupos que sofrem mais com esta problemática.

(informações de 2019 – milhares)

  • Desemprego de longa duração nas mulheres: 90,5
  • Desemprego de longa duração nos homens: 78,8
  • Desemprego de muita longa duração (25 meses ou mais): 113,2

É também mais predominante na faixa etária – Menos de 25 anos.

Os desafios do desemprego de longa duração

Um dos grandes problemas em estar desempregado há muito tempo é a discriminação que ainda existe, e por isso é também mais complicado arranjar um emprego. Esta descriminação de muitos recrutadores, aliada à pressão emocional que podemos sentir, faz com que um desempregado esteja mais propenso a altos níveis de ansiedade, depressão e desespero. E com o tempo muitos destes problemas de saúde mental só tendem a agravar-se.

Ao contrário do que se possa pensar, segundo alguns estudos realizados nos EUA, é mais fácil arranjar emprego quando se está empregado versus alguém que está desempregado e faz uma procura ativa. O estudo revela também que, um desempregado passa geralmente 8.4 horas por semana na procura ativa, enviando uma média de 8 currículos por semana, enquanto que, alguém com emprego passa 1.2 horas por semana enviando e manda em média 1.2 currículos por semana.

Sendo que há mais probabilidades da pessoa com emprego receber ofertas de emprego/entrevistas, mesmo não enviando tantos currículos.

Consequências do desemprego de longa duração

Estar numa situação de desemprego de longa duração pode revelar-se ser um período de grandes perturbações a nível emocional. E quando uma pessoa está nessa situação ela não sofre sozinha, há toda uma rede de pessoas que irá sofrer por consequência, nomeadamente a família.
Muitas vezes significa fazer alterações drásticas na vida familiar, vender imóveis, vender automóveis ou até pedir dinheiro emprestado aos que nos são mais próximos.

Ferramentas que podem ajudar na procura de emprego

  1. Procura ajuda. Muitas pessoas sentem que não devem chatear os amigos e/ou familiares com os seus problemas, e tendem a isolar-se durante os períodos mais difíceis das suas vidas. Este é um dos piores erros, temos que nos manter conectados emocionalmente. Não é preciso ter vergonha e muitas vezes ir falar com um amigo ou um familiar pode ajudar a ver a situação noutra perspectiva e até ajudar a nível profissional.
  2. É preciso fazer o luto. Ficar desempregado nunca é agradável, muito menos quando estamos no desemprego há muito tempo. O melhor é aceitar esta perda, processar os sentimentos e seguir em frente.
  3. Aprender algo novo. Já que agora há mais tempo, é aproveitar para aprender uma nova competência. Isto pode resultar numa nova carreira profissional ou simplesmente gratificação pessoal, o que nesta fase será uma grande ajuda em termos de auto-estima.
  4. Fazer voluntariado. Mais uma vez, havendo tempo é tentar manter-se ativo. Há muitas instituições que precisam sempre de uma ajuda extra. Ajudar quem se encontra em piores situações, é uma ótima forma de meter as coisas em perspectiva e ajuda a focar no lado positivo da vida.

Apoios aos desempregados de longa duração

À data, o IEFP tem algumas medidas para ajudar à contracção de desempregados de longa duração, como é o caso do Contrato-Geração ou o Apoio extraordinário.

 

É importante perceber que existe um impacto emocional e financeiro muito grande quando se está desemprego há muito tempo. Quanto à saúde mental, o melhor é sempre procurar um profissional para que este possa ajudar a arranjar ferramentas para conseguir lidar com os sentimentos de depressão e ansiedade, de forma a conseguir ultrapassar esta fase da melhor forma possível.